< PreviousESPECIALDoce Revista Digital Agosto/Setembro 201820www.docerevista.com.brde amendoim e de chocolates em três sabores. Outro item de destaque na linha é o soft sugar, substituto de açúcar para uso culinário de utilização na mesma proporção do açúcar deixando as preparações menos calóricas e mais saudáveis e sem sabor residual de adoçante, informa Virgínia. Surfando a onda de saudabilidade, a Chocolife cravou em 2017 crescimento de 23% e, para o exercício em curso, a expectativa é fechar o balanço com 45% de avanço, estima a diretora, completando que, para alcançar essa meta, a empresa programou investimento de cerca de R$ 500 mil para apoiar os lançamentos. POTENCIAL PARA CRESCERAcompanhando outras categorias inseridas no varejo de doces, o filão de chocolate também vem nos últimos anos registrando queda em volume e crescimento em valor. Pelas planilhas da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados), a produção nacional de chocolate (sob todas as formas, excluindo achocolatados em pó) caiu de 576.000 t em 2012 para 491.000 t no último exercício, cravando queda de 17,5% no período. A cifra bate com o declínio captado pela Euromonitor International na ponta do varejo brasileiro. Segundo a consultoria, as vendas internas de chocolate que, em 2012, totalizaram 313.100 t caíram para 269.200 t em 2017. Já em valores, repassa a Euromonitor, o faturamento da categoria que, em 2012, foi de R$ 11,2 bilhões avançou para R$ 12,5 bilhões no ano passado. Para o atual exercício, no entanto, a consultoria estima crescimento de 2,5% em volume e 5,8% em valor. Projeções da instituição apontam que as vendas de chocolate devem retomar o patamar de 300.000 t em 2023, com receita estimada em R$ 14,5 bilhões (ver quadro à pág. 18).Terceiro maior produtor de chocolates no mundo, o país ainda exibe potencial para avançar. Cada brasileiro consome, em média, 2,5 quilos/ano do produto, volume que apesar de ser o dobro de dez anos atrás, é quatro vezes menor que o da Suíça, primeira colocada no ranking de consumo per capita global de chocolate, com 8,98 quilos.Operando próximo ao limite de sua capacidade desde meados da década passada, o setor chocolateiro vinha bombando até 2012. Mudanças nos hábitos de consumo, com os conceitos de saúde e bem-estar em pauta na preferência do consumidor, como perceberam a Espírito Cacau e a Chocolife, efetivamente pesaram na construção desse cenário. A princípio todo o setor, inclusos nichos de especialidades, desfrutaram a demanda em fogo alto. Mas a partir daí, com o quadro agravado pela recessão econômica, a bolha de consumo chocolateiro atingiu a saturação. Por isso, os avanços contabilizados no setor na cena atual são majoritariamente representados pelas marcas de chocolate premium, funcional e de consumo indulgente. Elas, por sinal, puxam o cordão dos desenvolvimentos na ala mais popular, com marcas conhecidas do público incluindo no leque versões enquadradas nas tendências de consumo saudável. CONSUMO INDULGENTE Atentas às mudanças no setor ocorridas nas últimas décadas e a uma demanda hoje muito mais diferenciada, redes de chocolaterias como Cacau Show, Brasil Cacau, Kopenhagen e, com ingresso mais recente, a suíça Lindt (joint venture com o grupo CRM) degustam uma expansão que mudou de vez a concorrência e o chamado consumo indulgente. Pelos radares da Abicab, essas redes especializadas saltaram de 200 lojas para mais de 4 mil na última década. Ganhando cada vez mais espaço e relevância, esse segmento de chocolates premium COSTA, DA CACAU SHOW META DE DOBRAR O NÚMERO DE UNIDADES E ATINGIR 4 MIL LOJAS NO PAÍS.www.docerevista.com.br21Agosto/Setembro 2018 Doce Revista Digitale de consumo indulgente já se aproxima de 7% da produção nacional, estima a entidade.Com ascensão fenomenal no setor em 30 anos de atuação, completados no presente exercício, a Cacau Show é hoje a segunda marca de chocolate mais vendida no país, com 9,6% de participação de mercado. Conforme a Euromonitor International, à sua frente figura a Lacta, tradicional grife do varejo nacional hoje pertencente à americana Mondelez International, com fatia de 12,1%. Outra potência no reduto, a suíça Nestlé, que também controla a Garoto, aparece na terceira posição, com 9,7%. Segundo Alexandre Costa, diretor presidente da Cacau Show, a empresa vai investir cerca de R$ 50 milhões com recursos próprios na abertura de mais pontos de venda (PDVs) de grande porte no país. A primeira megaloja da marca foi aberta no fim de agosto no Morumbi Shopping, na zona Sul de São Paulo. As próximas deverão ser instaladas até dezembro no Jundiaí Shopping, em Jundiaí (SP), e no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre (RS), adianta Costa. Até o fim do próximo ano, a empresa pretende atingir a meta de abrir entre 15 e 25 megalojas, repassa o empresário. Com área em torno de 450 metros quadrados, as unidades demandarão investimento médio de R$ 2 milhões cada, orça Costa. Além da área de exposição, os PDVs possuem cafeteria, onde são oferecidos lanches e bebidas, além de doces (mousses,trufas, bombons artesanais) e confeitos elaborados com o chocolate da marca para venda exclusiva. Em outro espaço nos mesmos locais, informa o dirigente, é possível ver o processamento do cacau e a produção de chocolate, a partir de linhas compactas bean to bar, que exibem toda a fabricação, do grão de cacau ao produto moldado. As unidades também oferecem cursos para adultos e crianças. “Nas lojas especialmente desenhadas para franquias, de 30 metros quadrados, não é possível oferecer uma experiência completa “, frisa Costa.Ele sublinha que a meta é abrir pelo menos uma megaloja em cada cidade de grande porte no país. No alvo estão shopping centers, que atendem principalmente públicos das classes A/B e com alto fluxo de visitantes.Em relação às lojas de franquia, Costa planeja chegar a 4 mil lojas no país. Atualmente, a rede possui 2.167 unidades. Neste ano, serão inaugurados 206 PDVs e a expectativa é movimentar R$ 3,9 bilhões, 20% mais do que em 2017. ■CONSUMO INDULGENTE PROPOSTA É OFERECER EXPERIÊNCIA COMPLETA NAS MEGALOJAS DA CACAU SHOW.SUSTENTABILIDADE / MarsDoce Revista Digital Agosto/Setembro 201822www.docerevista.com.brFabricante centenária de chocolate e uma das maiores compradoras de cacau do mundo, a americana Mars desenvolve desde setembro um novo plano para inspecionar e implementar sua cadeia de suprimentos de cacau. Conhecido como Cocoa for Generations, o plano posiciona o interesse do fazendeiro de pequenas terras em seu centro, ajuda a proteger crianças e florestas e cria um caminho para que fazendeiros de cacau e comunidades que cultivam o fruto possam prosperar, repassa John Ament, vice-presidente global do setor de cacau da Mars Wrigley Confectionery, detentora de marcas icônicas como os confeitos M&M’S, Snickers e Twix. O Cocoa for Generations é apoiado por um investimento de US$ 1 bilhão no decorrer de 10 anos, orça ele, sendo adicionado ao Plano Sustentável em uma Geração que a companhia anunciou no ano passado.“Por quase 40 anos temos trabalhado para atingir uma produção sustentável de cacau”, enfatiza Ament, avaliando que, embora tenha tido avanços, incluindo a conquista de aproximadamente 180.000 fazendeiros com certificação de sustentabilidade, a empresa está insatisfeita com o ritmo do progresso e o do setor de cacau, como um todo. “Não temos todas as respostas, mas nossa primeira etapa é colocar o fazendeiro no centro de nossas ambições e ações. Planejamos inspirar outros e trabalhar juntos para garantir o Cocoa for Generations”, assinala Ament.A despeito de alguns progressos obtidos até o momento, observa o executivo, os fazendeiros não experimentaram melhorias em suas rendas ou condições de vida em um ritmo adequado. As crianças continuam a trabalhar em condições perigosas e o desmatamento VALORIZANDO O CAMPOPlano de sustentabilidade para o cacau põe pequenos fazendeiros no centro da estratégiaPEQUENOS PRODUTORES DE CACAU FOCO DO PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA CADEIA DE CACAU.www.docerevista.com.br23Agosto/Setembro 2018 Doce Revista Digitalcontinua com atividades agrícolas ocorrendo em áreas florestais protegidas. Segundo ele, será necessária uma mudança na qual empresas, sociedade civil e governo devam pensar e agir de maneira diferente e assumir uma nova abordagem que crie um caminho para os fazendeiros de cacau, suas famílias e comunidades possam prosperar. DOIS PILARESO Cocoa for Generations consiste de dois pilares: Responsible Cocoa Today e Sustainable Cocoa Tomorrow. Em seu primeiro pilar, a Mars visa a ter 100% de seu cacau derivado do programa Responsible Cocoa originado globalmente e rastreável com responsabilidade até 2025. O Responsible Cocoa significa ter sistemas em vigor para tratar do desmatamento, trabalho infantil e rendas maiores para os fazendeiros. Especificamente, a Mars espera que os fazendeiros que são parte do programa Responsible Cocoa provejam locais via GPS baseados em satélite para fazendeiros que forneçam seu cacau a fim de que haja garantias que tal cacau não venha de áreas florestais protegidas. A Mars vai trabalhar com fornecedores e certificadoras para aprimorar programas de monitoramento e remediação de trabalho infantil (CLMRS), e continuará a ajudar a melhorar a educação em comunidades que cultivam cacau, com um foco no acesso a escolas de qualidade. Além disso, a companhia vai trabalhar com parceiros a fim de garantir que o modelo para os prêmios que a empresa paga por cacau produzido com responsabilidade seja inspecionado a fim de garantir que os fazendeiros recebam uma fatia maior do prêmio. A Mars pretende explorar e encorajar ainda mais as mudanças em todo o setor e parcerias que podem gerar mais renda para os fazendeiros, frisa Ament. A nova abordagem em relação ao cacau vai além do nível atual dos padrões de certificação e práticas e é uma mudança na etapa em relação ao compromisso inicial que a Mars fez em 2009, reporta o executivo.Enquanto essa nova abordagem é implementada, a empresa vai manter seus níveis de cacau certificados atuais com entidades como a Rainforest Alliance e Fairtrade, além de trabalhar com ambas as organizações à medida que continuem a fortalecer a implementação para aumentar o padrão de qualidade por todo o setor de cacau. A companhia aprova os esforços de ambas as organizações de certificação para organizar fazendeiros individuais em grupos e cooperativas, proporcionando treinamento e implementando sistemas de gestão em grupos de fazendeiros certificados, e está comprometida a colaborar com eles a fim de melhorar controles de auditoria, monitorar o trabalho infantil, rastreabilidade e prêmios pagos a fazendeiros. À medida que esforços mensuráveis sejam realizados, a Mars continuará fazendo a transição de seus volumes de cacau para essas abordagens mais sólidas.Por meio de seu segundo pilar, a Mars espera demonstrar que uma mudança em etapas na renda do fazendeiro e em seu sustento é possível. Em parceria com um grupo global inicial de 75.000 famílias produtoras de cacau e fornecedores de cacau, a empresa planeja testar meios para aumentar a produtividade, renda, resiliência e sustentabilidade geral por meio de diversificação de renda e cultura agrícola, programas de gênero, modelos de vila, economia e empréstimo, bem como planos de desenvolvimento de fazendas, relata Ament.Em paralelo, ele conclui, a Mars trabalhará com a indústria, governos e outros parceiros da sociedade civil a fim de buscar soluções compartilhadas e resultados mutuamente benéficos para famílias produtoras de cacau. “Vamos continuar colaborando pré-competitivamente com nossos parceiros e fornecedores para acelerar um aprendizado compartilhado via fóruns da indústria, incluindo a World Cocoa Foundation e sua plataforma CocoaAction, além da International Cocoa Initiative”, arremata o executivo. ■AMENT, DA MARS 40 ANOS EM BUSCA DE UMA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL DE CACAU.CONSULTORES / AçúcarDoce Revista Digital Agosto/Setembro 201824www.docerevista.com.brO mercado internacional de açúcar voltou a oscilar em setembro em um intervalo de preços um pouco mais intenso do que no período anterior, variando de 9,90 cents/lb a 11,68 cents/lb. As cotações esboçaram alta até meados do mês, com suporte em rolagens de posições, compras por parte dos fundos e fortalecimento do cenário de menor oferta brasileira de açúcar. Porém, atingiram níveis muito baixos e pouco remuneradores para o produtor no final do mês.Dois argumentos devem ser considerados para a queda nos preços ocorrida na segunda OSCILAÇÃO SE INTENSIFICA www.docerevista.com.br25Agosto/Setembro 2018 Doce Revista Digitalquinzena de setembro: esperadas exportações indianas em 2018/19, relativamente altas; e o encerramento da tela de outubro na Bolsa de Nova York, acrescentando maior volatilidade aos preços.Assim, o mercado de cacau encerrou setembro com cotações sinalizando alta para o período seguinte. O gráfico à esquerda mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara no pregão nova-iorquino, tomando como base o 1º vencimento.No caso do açúcar negociado no mercado doméstico – Estado de São Paulo –, ao longo de setembro, os preços repetiram a performance do período anterior e apresentaram recuperação.Na primeira quinzena, eles acompanharam o mercado externo , porém depois perderam suporte diante da queda de preços ocorrida no cenário internacional e em decorrência da valorização do real frente ao dólar, principalmente nas cotações domésticas do Centro-Sul brasileiro. Com isso, o movimento de alta de preços foi interrompido.O gráfico abaixo apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelos índices JOB Economia e Esalq. ■Ronaldo Lima SantanaA JOB Economia há 24 anos no mercado, através de seus relatórios e trabalhos de consultoria, tem como objeti-vo principal antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas estratégias empresariais de seus clientes e por fim, contribuir para que façam um bom “trading”. Dentre nossos produtos, temos o relatório “Monitoramento Semanal dos Mercados – Açúcar & Etanol”, realizado desde 1995, que busca dar aos clientes informações claras, obje-tivas e isentas sobre os mercados de açúcar e etanol no Brasil e no exterior. O objetivo final é posicionar os clientes adequadamente em suas estratégias de compra e venda. O grau de acerto das nossas previsões de tendência de preços de curto-prazo, nesta safra 2018/19, até o final de Agosto, oscilou no intervalo de 71% (açúcar-CSul) - 90% (açúcar-NNE). Solicite gratuitamente dois exemplares do relatório com-pleto e veja como nosso trabalho pode ajudá-lo na tomada de decisões.Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e PlanejamentoTENDÊNCIASDoce Revista Digital Agosto/Setembro 201826www.docerevista.com.brEstudo recente da consultoria de inteligência de mercado Mintel passou um pente-fino nos Hábitos de Consumo de Doces e Sobremesas dos brasileiros. Considerada como não essencial, a categoria sofre com a insegurança econômica do país, apesar da relativa estabilidade nos índices de inflação e desemprego emitindo sinais de arrefecimento, observa Naira Sato, diretora de categorias da Mintel. “Os principais desafios para a categoria estão relacionados a esse cenário econômico desfavorável e à tentativa do brasileiro em adotar hábitos alimentares mais saudáveis”, capta a executiva. Diante da insegurança econômica e política, complementa ela, os consumidores devem continuar controlando mais de perto os próprios gastos, comportamento que afeta diretamente itens considerados supérfluos, como é o caso dos doces e sobremesas. Na entrevista a seguir, Naira detalha a pesquisa do consumo de doces e assinala eventuais oportunidades ainda observadas na categoria. DR – Qual o tamanho atual do apetite dos brasileiros por doces e sobremesas? Naira – Cerca de 32% dos entrevistados afirmaram estar comendo menos doces e/ou sobremesas em geral; 26% dos consumidores de doces e/ou sobremesas afirmaram estar comendo menos doces e/ou sobremesas fora de casa; e16% dos consumidores disseram estar comendo marcas mais baratas de doces ou sobremesas. DR – Quais as possíveis explicações para esses dados? Naira – Em primeiro lugar, a preocupação com a saúde e o aumento dos casos de obesidade e diabetes são desafios a serem enfrentados pela categoria. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – Brasil 2014), 60% da população adulta brasileira está obesa ou com excesso de peso. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), o número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos. Como se sabe, os consumidores frequentemente acusam produtos com alto teor de açúcar e carboidratos como os grandes responsáveis pelo AQUI MENOS TAMBÉM É MAISEstudo da Mintel destrincha os principais desafios do setor de doces e sobremesaswww.docerevista.com.br27Agosto/Setembro 2018 Doce Revista Digitalsobrepeso e também como agravantes da diabetes. Isso impacta diretamente a categoria de doces e sobremesas. Assim, 30% dos entrevistados afirmaram “limito a quantidade de doces/sobremesas que consumo como parte de uma dieta saudável”; e 28% dos entrevistados disseram se preocupar “com a quantidade de açúcar em doces/ sobremesas”.DR – Dentro desse cenário, onde estão as oportunidades para avanço da categoria?Naira – Ainda assim existem oportunidades para a ampliação da categoria, seja incorporando opções mais saudáveis ou investindo em outras ocasiões de consumo como a de snacks. Mas sem nunca deixar de ter em mente que a indulgência e o sabor são os principais atributos que os consumidores esperam da categoria. A busca pela indulgência e bem-estar emocional devem ser vistas como oportunidades. Apesar da preocupação com a saúde física, os doces e sobremesas têm grande importância junto ao consumidor em termos de indulgência e bem-estar emocional. Sendo assim, investir em sabores indulgentes, comunicados como um micromomento de prazer e/ou relaxamento e que também permitam um maior controle da quantidade de consumo, pode ser uma boa estratégia para que a categoria se mantenha presente no dia a dia do consumidor brasileiro.DR – Como essa busca pela indulgência e bem-estar emocional podem ser na prática convertidas em oportunidades para a categoria?Naira – As marcas podem investir em embalagens menores ou em tamanhos menores dos produtos (as minis ou thins) como forma de permitir um maior controle da quantidade consumida. Podem ainda inserir produtos que tragam ingredientes relacionados à melhoria do humor, a exemplo de insumos reconhecidos como relaxantes. Ou produtos e marcas com uma comunicação que exalte a questão da melhoria do humor associada ao prazer do consumo de doces/sobremesas são oportunidades.DR – Como a preocupação com a saúde pode impulsionar a presença de alternativas mais saudáveis dentro da categoria?Naira – De acordo com a pesquisa, 34% dos entrevistados disseram estar comendo “alternativas mais saudáveis”, a exemplo de saladas de frutas, em vez de doces e sobremesas nos seis meses anteriores à realização da pesquisa. Além disso, 17% dos entrevistados disseram estar consumindo “mais doces/sobremesas feitos com ingredientes naturais”. Sendo assim, investir em alternativas mais saudáveis, contendo ingredientes naturais, pode ser uma oportunidade para a categoria como um todo.DR – O tamanho reduzido da embalagem ou gramaturas menores também ajudam a impulsionar a categoria? Naira – O consumo como NAIRA SATO, DIRETORA DA MINTEL É PRECISO ENCONTRAR FORMAS DE ASSOCIAR MOMENTOS DE PRAZER E BEM-ESTAR EMOCIONAL A PRODUTOS EM OPÇÕES MENORES COM PREÇOS MAIS ACESSÍVEIS.ALTERNATIVAS MAIS SAUDÁVEIS ENTREVISTADOS DISSERAM ESTAR CONSUMINDO MAIS DOCES/SOBREMESAS FEITOS COM INGREDIENTES NATURAIS.TENDÊNCIASDoce Revista Digital Agosto/Setembro 201828www.docerevista.com.brlanchinho entre refeições pode ser oportunidade de expansão. De acordo com a pesquisa, 30% dos estudantes (Base: 1500 usuários de internet 16+) citaram “Mata a fome” como um fator de escolha de um doce/sobremesa em vez de outro. No relatório Mintel Hábitos de Consumo de Snacks – Fevereiro 2018, 23% dos estudantes afirmaram que “Não há quantidade suficiente de snacks com embalagens convenientes (ex. porção individual, embalagem abre e fecha)”. Sendo assim, existe a oportunidade de investir em doces/sobremesas que promovam uma maior sensação de saciedade, combinados a embalagens de fácil consumo, que possam ser facilmente transportadas e armazenadas em bolsas, mochilas e etc., posicionando-os para o consumo dos estudantes.DR – Como a inovação vem sendo trabalhada na categoria?Naira – O consumidor brasileiro demonstra interesse por doces/sobremesas de fácil consumo on the go e opções com benefícios funcionais/nutricionais. De acordo com a pesquisa, 29% dos entrevistados citaram “fácil de comer em movimento” como um fator de escolha de uma sobremesa/doce em vez de outra. Segundo a Base de Dados de Novos Produtos Globais (Mintel GNPD/Global New Products Database), apenas 1% dos lançamentos feitos nos últimos anos (entre 2015 e 2017) no Brasil se posicionaram como convenientes (“para uso/consumo em qualquer lugar”), havendo assim espaço para esse tipo de lançamentos.DR – E com relação à busca dos brasileiros por opções de doces e sobremesas com benefícios funcionais/nutricionais?Naira – De acordo com a pesquisa, 41% dos entrevistados teriam interesse em experimentar “doces e/ou sobremesas com benefícios nutricionais (ex. alto teor de proteína)”. Segundo dados do GNPD, o Brasil já é um dos países que mais lança doces e sobremesas funcionais ou nutricionais em relação ao total anual de lançamentos dentro da categoria. Apesar de ser um dos três países que mais lançaram produtos com benefícios funcionais/nutricionais, o volume de lançamentos desse tipo, em geral, ainda é baixo havendo espaço para inovar.DR – Como as marcas devem trabalhar para assegurar o avanço do segmento? Naira – As marcas e fabricantes de doces e sobremesas precisam encarar os desafios e as oportunidades da categoria sempre tendo em mente que a indulgência e o sabor são seus atributos essenciais. A categoria de doces/sobremesas tem dois principais desafios: lidar com a crescente preocupação do brasileiro com a saúde e encontrar formas de continuar participando do dia a dia desse consumidor que, ainda inseguro com a economia, continua controlando os gastos com produtos considerados não essenciais.Diante desse cenário, a categoria, que tem na indulgência seu principal apelo junto ao consumidor, precisa encontrar formas de associar-se a momentos de prazer e à promoção do bem-estar emocional, ao mesmo tempo em que deve oferecer um maior controle da quantidade ingerida e opções mais acessíveis em termos de preço. ■ALTERNATIVAS MAIS SAUDÁVEIS ENTREVISTADOS DISSERAM ESTAR CONSUMINDO MAIS DOCES/SOBREMESAS FEITOS COM INGREDIENTES NATURAIS.Next >