< PreviousDoce Revista Digital Junho/Julho 201810www.docerevista.com.brPassando por cima das incertezas políticas provocadas pela aproximação das eleições, a Peccin anuncia investimento de R$ 30 milhões em seu complexo industrial de Erechim (RS). Visando afiar a competitividade das linhas de chocolates e candies, o projeto em curso desde a virada do semestre prevê a ampliação da área de armazenagem e expedição, bem como aprimoramentos em automação. “À medida que expandimos nossa presença, o investimento em tecnologia e estrutura se torna prioritário”, destaca Dirceu Pezzin, diretor-presidente da companhia. Além de modernizar a produção, acrescenta ele, a investida vai proporcionar a geração de mais empregos diretos e indiretos na região, uma vez que a empresa selecionou parceiros no próprio município para a realização das obras. O aporte irá contemplar ainda a construção de um Centro de Distribuição (CD), nova sede administrativa e a expansão das áreas de estoque de matérias-primas, embalagens e produtos acabados. A previsão é concluir a parte civil até dezembro, reporta o executivo. O novo CD, informa Pezzin, vai incorporar um sistema de controle de temperatura para a estocagem de chocolates, foco de parte dos investimentos em melhorias na tecnologia e automação, a exemplo da troca de equipamentos de produção e renovação das linhas de embalagem. Como o mercado de balas e confeitos tem se mantido estável nos últimos anos, POTÊNCIA DO SULPeccin anuncia investimento na fábrica e reafirma compromisso com desenvolvimento regionalCOMPLEXO DE ERECHIM EXPANSÃO PUXADA PELA LINHA TRENTO VAI TOTALIZAR 23 MIL METROS QUADRADOS DE ÁREA CONSTRUÍDA.VITRINE / INDÚSTRIAwww.docerevista.com.br11Junho/Julho 2018 Doce Revista Digitala companhia tem canalizado investimentos no segmento de chocolates. Apesar de contar com mais de 60 anos de atividade, a Peccin estreou há apenas sete anos na categoria, com a marca Trento. Em 2018, projeta Pezzin, as vendas de chocolate devem absorver 35- 40% da receita da companhia. No ano passado, o negócio abocanhou 30% do faturamento líquido, que alcançou R$ 176,6 milhões, 9,1% superior ao do exercício anterior. Com os avanços na ponta da produção e mexidas no mix, o dirigente da Peccin estima, para o atual exercício, crescimento de 20% na receita líquida, atingindo o patamar de R$ 211 milhões, apesar de, no primeiro semestre, a performance ter ficado um pouco abaixo desse patamar. “Mas é que, tradicionalmente, as vendas no segundo semestre são mais fortes”, aposta ele. Monitoramento da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) mostra que o avanço geral no giro de chocolates e candies no primeiro semestre foi de apenas 2-3%.Pezzin confirma que a projeção de crescimento é baseada na expansão do negócio de chocolates no mercado interno. Na ala de balas e confeitos, a companhia registrou algum crescimento com as inovações na linha de balas mastigáveis com recheio Frutomila e na linha Blong Black, de chicles de bola recheados com casquinha crocante. PORTFÓLIO CERTIFICADO Na ativa há 62 anos, a Peccin se posiciona entre as sete maiores indústrias nacionais de candies, à frente de um parque que incorporou recentemente moderna planta de chocolate e detém certificações que asseguram a origem do portfólio, como a BRC Food Certificated, BRF (Boas Práticas de Fabricação), CQA (Controle de Qualidade Ambiental) e CQP (Controle de Qualidade de Processos). Conforme levantamento da Euromonitor International, a Peccin ocupa a sétima colocação entre as maiores empresas de candies do país, com 3,6% de participação de mercado em valor. Liderado pela Arcor, com fatia de 12,6%, o ranking nacional conta ainda, pela ordem, com a Dori, Florestal, Mondelez, Perfetti Van Melle e Ferrero.Com potencial de 4,5 mil toneladas mensais, a planta da Peccin ocupa uma área de 68 mil metros quadrados e, com a conclusão da expansão em curso, vai totalizar 23 mil metros quadrados de área construída. Cerca de 20% da produção são exportados para 70 destinos. Se o dólar se estabilizar no patamar atual, a companhia terá mais facilidade para ampliar as vendas externas em 2019, observa Pezzin, sem arriscar números. ■PEZZIN INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA E ESTRUTURA SÃO PRIORITÁRIOS.LINHA DE CHOCOLATES CRESCIMENTO SUSTENTADO POR INOVAÇÕES.ESPECIAL / SnacksDoce Revista Digital Junho/Julho 201812www.docerevista.com.brA indústria de alimentos em geral tenta captar um vislumbre da mente imprevisível dos consumidores, que dizem buscar hábitos mais saudáveis, mas não dispensam suas guloseimas e bebidas favoritas. Os resultados de um estudo recente da consultoria de inteligência Mintel apontam para essa aparente contradição. De um lado, os consumidores demandam bebidas mais saudáveis, tentando reduzir o consumo de açúcar. Nos EUA, por exemplo, esse movimento vem derrubando o consumo de refrigerantes e alimenta uma acirrada batalha pelo mercado de bebidas gaseificadas entre a Pepsi e a arquirrival Coca-Cola. Ao mesmo tempo, os consumidores americanos seguem devorando batatas fritas e outros salgadinhos calóricos, sem demonstrar perda de apetite. No Brasil, o estudo Snacks Salgados - Brasil - Março 2018, da Mintel, observa que o mercado de salgadinhos do tipo aperitivo tem disponibilizado aos consumidores opções que cobrem boa parte dos atributos desejados. Enquanto os amendoins e outros tipos de castanha em geral ocupam o território de maior energia, as sementes torradas e salgadas posicionam-se como opções para quem busca uma alimentação mais saudável e natural, analisa Marina Ferreira, especialista em alimentos e bebidas da consultoria. “O universo da indulgência acaba sendo atendido pelos salgadinhos de batata e milho, enquanto as pipocas atendem os consumidores MENOS E COM MAIS SABORConsumo mais seletivo impacta os volumes da venda de snackswww.docerevista.com.br13Junho/Julho 2018 Doce Revista Digitalque buscam opções para serem compartilhadas”, complementa ela. Todavia, atributos negativos também são associados a alguns dos segmentos de guloseimas do tipo snacks, nota Marina. Vistas como ideais para se consumir em grupo, as pipocas de micro-ondas estão associadas a ingredientes artificiais, podendo dificultar uma maior penetração entre os que buscam opções mais naturais. Os salgadinhos extrusados de milho e os chips de batata, atrelados ao prazer ao serem degustados, também estão situados próximo ao alerta “alto teor de calorias”, transformando-se em potencial barreira para quem busca controlar o peso.Atentas a esse cenário, as fabricantes de snacks apoiam iniciativas como a que vem sendo adotadas pelas indústrias de alimentos em geral, aderindo ao Acordo de Cooperação Técnica que a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) mantém com o Ministério da Saúde desde 2007, para a construção do Plano Nacional de Vida Saudável. O acordo contempla ações para a promoção da alimentação saudável, atividade física e educação nutricional e reforça o compromisso que o setor já tem com a qualidade e com a busca constante por melhoria do perfil nutricional dos alimentos. Estão inseridos nessa parceria esforços para as reduções, já em curso, de nutrientes como gorduras trans, sódio e açúcar. Em paralelo, tramita no âmbito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) análise para a definição de um modelo de rotulagem frontal que resuma as características nutricionais. Reduções de gorduras e açúcar já são até corriqueiras, uma vez que a indústria dispõe hoje de substitutos de eficácia comprovada. “A maior dificuldade é reduzir o teor de sódio, sem comprometer o sabor do salgadinho”, assinala Chen Wei Chow, diretor da Ebicen, uma das pioneiras no segmento de snacks saudáveis, acrescentando que, por conta de dificuldades como essa, as indústrias têm pesquisado outras formas de melhorar a imagem dos snacks. “É importante que as empresas invistam em opções que ajudem a transformar a imagem negativa, sendo uma alternativa, no caso das variantes de milho e batata, a redução do tamanho das embalagens, a exemplo das marcas Pringles (da Kellogg’s) e Stax (Elma Chips/PepsiCo), que disponibilizam suas populares batatas em embalagens menores”, ressalta Marina. Ao mesmo tempo que fornecem calorias de forma controlada, essas MARINA, DA MINTEL QUASE METADE DOS CONSUMIDORES ALEGA TER DIMINUÍDO A INGESTÃO DE SALGADINHOS.40% ESTOU COMENDO MENOS SNACKS EM GERAL24% ESTOU COMENDO SALGADINHOS, MAS TAMBÉM OUTROS TIPOS DE SNACKS 14% ESTOU COMENDO MAIS SNACKS EM GERAL 10% EU TENHO COMIDO MAIS SNACKS SAUDÁVEIS (EX.: SEM GLÚTEN, ALTO TEOR DE PROTEÍNA) 8% EU TENHO TROCADO SALGADINHOS POR OUTROS TIPOS DE SNACKS 24% NÃO COMI SNACKS NOS ÚLTIMOS SEIS MESES Pesquisa Consumo de Snacks“Como seu consumo de snacks mudou em comparação com os últimos seis meses?”BASE: 1.500 USUÁRIOS DE INTERNET COM 16 ANOS OU MAISFONTE: LIGHTSPEED/MINTEL.FEV 2018.ESPECIAL / SnacksDoce Revista Digital Junho/Julho 201814www.docerevista.com.brduas campeãs da preferência mantêm o sabor aprazível, enquanto os consumidores ganham a liberdade de continuar consumindo itens indulgentes sem tanto impacto calórico, com a redução de 130g para 40g nas embalagens. “Outra opção para manter sabor e reduzir calorias é apresentada pela marca japonesa Bourbon Petit, com suas batatas no tamanho mini, de dimensões um pouco maiores que uma moeda”, completa a especialista.VALOR CRESCENTECom demanda ascendente nos últimos cinco anos, os snacks mimetizam um fenômeno de consumo que também pode ser constatado em outras categorias de guloseimas, como chocolates e candies em geral, exibindo crescimento com intensidade maior em valor e menor em volume. Pelos radares da Euromonitor International, que audita permanentemente o varejo dessas categorias, as vendas de snacks avançaram de 143.300 toneladas (t), em 2012, para 164.100 t no ano passado, cravando taxa média anual de crescimento de 2,2%. Nesse mesmo período, a receita quase dobrou, saltando de R$ 3,693 bilhões para R$ 6,059 bilhões, com uma taxa média de 9,1% (ver quadro abaixo). Possivelmente por influência das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país somada à onda de saudabilidade, impactando diversas frentes, como racionalidade e menor consumo, a Euromonitor projeta um arrefecimento na demanda geral e quase inversão na relação de volume e valor. Pelas estimativas da consultoria, as vendas de snacks devem avançar 4,5% em volume e 6,4% em faturamento nos próximos cinco anos, alcançando 210.900 t e R$ 8,985 bilhões em 2023.Os dados da pesquisa Snacks Salgados revelam algumas pistas dessa inversão na demanda de salgadinhos. A referência mais significativa indica que 40% dos consumidores afirmam ter mudado de hábitos em relação ao consumo de snacks, ingerindo uma quantidade menor em comparação aos últimos seis meses (ver gráfico à página 11). Para a especialista da Mintel, é muito provável que essa redução no consumo tenha ligação com uma mudança no comportamento da população em busca de produtos que contribuam para uma alimentação mais saudável. Linhas com esse perfil têm valor e preço diferenciado dos snacks convencionais. “O fenômeno também ocorre, porém, ao mesmo tempo em que grande parte dos consumidores precisa controlar aquilo que coloca no carrinho de compras, em função do momento desfavorável da economia brasileira”, observa Marina. Dentro do estudo da Mintel, à pergunta feita a 1.500 usuários de internet com 16 anos ou mais (“Como seu consumo de snacks mudou em comparação com os últimos 6 meses?”), 40% responderam “estou comendo 143,320123.693,1164,120176.059,3210,92023*8.985,4VendasEM 1.000 TONELADAS VendasEM MILHÕES DE R$ (*) ESTIMATIVA.FONTE: © EUROMONITOR INTERNATIONAL LTD. 2018Mercado de SnacksEMBALAGEM MENORES OPÇÕES QUE MELHORAM A IMAGEM NEGATIVA, PERMITINDO MAIOR CONTROLE DE CALORIAS.www.docerevista.com.br15Junho/Julho 2018 Doce Revista Digitalmenos”, 24% disseram “estar comendo salgadinhos e outros tipos de snacks; 14% afirmaram ter aumentado esse consumo, 10% revelaram consumir snacks mais saudáveis , 8% trocaram os salgadinhos por outros tipos de guloseimas e 24% negaram ter consumido snacks nos últimos seis meses. SNACKS SAUDÁVEISDe acordo com o relatório sobre hábitos de consumo de snacks, elaborado pela Mintel em março do ano passado, 39% dos brasileiros disseram estar interessados em versões saudáveis de seus snacks preferidos, sinalizando possível aumento na demanda por lanchinhos com apelo saudável, comenta Marina, “Apesar do esforço crescente da indústria para oferecer opções de snacks mais benéficas à saúde, a pesquisa para o relatório atual mostra que apenas 10% dos consumidores comeram essa modalidade de lanchinho nos últimos seis meses, indicando um certo descompasso entre a vontade de comprar e a compra de fato”, confronta ela. Para a especialista da Mintel, essa resistência pode ser decorrência do exagero de sal no preço, pois versões mais saudáveis são associadas a custos altos. Segundo o estudo Alimentação Saudável – Tendências, feito pela Mintel em 2016, 92% dos pesquisados disseram concordar que o preço dos alimentos saudáveis parece estar sempre aumentando. “Em um momento de contenção geral de despesas, como o atual, apesar do desejo de incorporar snacks saudáveis na rotina alimentar, essa parece não ser uma possibilidade acessível a todos”, nota Marina. Uma forma de facilitar a introdução de produtos com apelo saudável na cesta de compras dos consumidores em dificuldades financeiras envolveria um esforço para desmistificar a ideia de que snacks saudáveis são necessariamente mais caros do que as versões tradicionais, orienta a especialista da Mintel. Nesse sentido, oferecer diferentes possibilidades de acesso a esses itens, como embalagens com porções menores a preços mais acessíveis, pode ser uma saída para conquistar novos adeptos e fidelizar antigos fãs. “No mercado de refrigerantes, a tática foi explorada pela Coca-Cola, que incorporou ao seu portfólio a versão mini com 220ml do refrigerante em lata e minigarrafinhas com 250ml”, compara Marina. HORA DO LANCHE Outra faceta apurada na pesquisa da Mintel mostra que, entre trabalhadores ativos, a busca por variantes saudáveis tem sido maior do que entre consumidores inativos, com 12% dos pesquisados afirmando ter consumido mais snacks com esse apelo nos últimos seis meses, contra 8% entre os que não estão economicamente ativos (ver quadro à página 14).Ao mesmo tempo, o grupo dos trabalhadores foi o que mais consumiu snacks de sementes torradas e salgadas, com 20% confirmando a compra de itens desse segmento nos últimos SEMENTES INUSITADAS MELANCIA, COENTRO, GIRASSOL E ABÓBORA AGORA NO MENU DE SNACKS SAUDÁVEIS.ESPECIAL / SnacksDoce Revista Digital Junho/Julho 201816www.docerevista.com.brseis meses, enquanto no grupo dos que não trabalham, apenas 12% mencionaram a ingestão de sementes desse tipo como snack. “Indica que as sementes salgadas e torradas, vistas por 19% dos pesquisados como o tipo mais saudável de salgadinho, podem estar ganhando espaço nos intervalos do expediente, sendo preferidas pelos trabalhadores nos períodos entre as refeições como opção saudável de snack”, conclui Marina.Para atrair mais adeptos e manter o entusiasmo daqueles habituados a comer lanchinhos desse tipo, uma opção é buscar a diferenciação, tanto através do uso de sementes menos comuns, como de melancia e melão, como através do desenvolvimento de sabores inusitados, visto que 13% dos consumidores afirmam ter interesse em sementes com esse perfil, revela o estudo Snacks Salgados.“O snack orgânico de semente de melancia da marca malaia O’Choice e o de sementes de coentro da marca indiana Dilbahar’s Healthy Snacking são exemplos que usam tipos menos conhecidos de sementes como base para salgadinhos”, indica a analista da Mintel. Já a Tong Garden, de Singapura, e a Naraya, da Indonésia, inovam ao trazer o sabor de barbacue picante para sementes de girassol e o gosto do chá-verde para sementes de abóbora. A tailandesa Shiny Farm, por sua vez, mistura a incomum semente de lágrima-de-nossa-senhora, planta parente do trigo e do milho, com amêndoas e o sabor de churrasco picante, reporta a especialista. AROMA DE CAMARÃOUma das desbravadoras do segmento de snacks saudáveis, a Ebicen ingressou há mais de 40 anos no varejo de salgadinhos com um item tanto inédito quanto ousado: o aperitivo de camarão. Com maquinário e tecnologia japonesa, o salgadinho é até hoje industrializado com aroma de camarão extraído do produto in natura na própria fábrica em Osasco (SP), ou seja, é natural. “Foi lançado em 1978 e é até hoje o campeão de vendas da marca”, assinala Chen Wei Chow, diretor da Ebicen que, em 1983, acrescentou as linhas 3Millon e Glico Snack; em 2000, introduziu o snack Croc-Cen, à base de amendoim e, desde 2003, 12% TRABALHANDO8% NÃO TRABALHANDOConsumo de Snacks por Situação de Emprego“Como seu consumo de snacks mudou em comparação com os últimos 6 meses?”BASE: 1.500 USUÁRIOS DE INTERNET COM 16 ANOS OU MAISFONTE: LIGHTSPEED/MINTELEU TENHO COMIDO MAIS LANCHINHOS/SNACKS SAUDÁVEIS (EX: SEM LGUTEN, ALTO TEOR DE PROTEÍNA)CHOW, DA EBICEN MELHOR INVESTIR EM NOVOS PRODUTOS DO QUE ADAPTAR OS ATUAIS.SNACKS SAUDÁVEIS 12% DE CONSUMIDORES QUE TRABALHAM TÊM COMIDO MAIS.www.docerevista.com.br17Junho/Julho 2018 Doce Revista Digitalencorpa o mix com o Ebicen Mini e a Batata Frita Ondulada.No início da onda de saudabilidade, lembra Chow, quando o ataque às gorduras e, em especial, à do tipo trans ganhou prioridade na agenda da indústria, a Ebicen inseriu a Batata Ebicen +Lev, elaborada com óleo de girassol alto oleico e redução de 25% em sódio em sua formulação. “Depois de inúmeros testes, descobrimos o caminho para mitigar o sódio, sem desapontar o paladar do consumidor”, rememora o empresário. Ele considera que os últimos anos têm sido muito fracos em termos de vendas. “Fica difícil identificar o que é tendência real ou queda no giro devido às dificuldades econômicas recentes”, pondera. Na tentativa de reativar o consumo, a Ebicen direcionou o foco para o visual das embalagens. “Achamos que a cor azul original da batata frita não ressaltava tanto os aspectos positivos em termos de saudabilidade do produto”, sublinha.Para posicionar corretamente o snack da marca e permitir um descolamento das concorrentes com preço baixo, a Ebicen promoveu uma atualização da embalagem. “Houve uma queda ainda maior de vendas, com os vendedores atribuindo o resultado à mudança na apresentação”, repassa Chow. A grande lição para ele foi que o consumidor comprava o produto porque era bom, não pelo fato de ser mais saudável que os concorrentes. Pensando em se encaixar na lógica do consumo saudável, a empresa passou a ressaltar na embalagem os pontos positivos da formulação, mas os fãs nem ligaram, assinala Chow. Para ele, depois do colesterol, gorduras trans, gorduras saturadas, sódio e açúcar, a preocupação ou moda atual é a tarja “sem glúten”. “Já era muito disseminada no exterior e agora está com força no Brasil”, observa o dirigente. Para enquadrar a linha nos atuais parâmetros, conta ele, a Ebicen estabeleceu um Programa de Controle de Alergênicos (PCAL) mais restritivo e controla áreas para cortar possíveis contaminações de glúten, separando zonas e maquinários livres da substância. “Afinal, nosso produto principal é à base de farinha de trigo que necessariamente contém o glúten”, frisa o executivo, completando que preocupações como essa são percebidas, principalmente, em solicitações e dúvidas via SAC. Entre os projetos para o próximo ano, ele destaca o lançamento de uma linha à base de tubérculos como mandioca, voltada para o segmento saudável. Com as barbas de molho, depois do episódio da mudança de embalagem, a marca não programa grandes modificações nas linhas de produto atuais, nem mesmo em relação a mudanças de formulação mais saudável. “Parece ser mais salutar economicamente investir em novos produtos do que adaptar os atuais, pois o risco de um fiasco é grande”, frisa Chow. ■SALGADINHO DA EBICEN MUDANÇA DE EMBALAGEM NÃO AFETA O CONSUMO.APERITIVOS SALGADOS AVANÇO MAIOR EM VALOR E QUEDA EM VOLUME NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS.Doce Revista Digital Junho/Julho 201818www.docerevista.com.brCONSULTORES / AçúcarO mercado internacional de açúcar manteve viés de baixa em julho, com os números de excedente global para as safras atual e próxima prevalecendo. A oferta continuou pressionada e a esperada redução na produção brasileira de açúcar ainda não está sendo precificada no mercado de futuros. Trata-se, no entanto, de um fator que deve contribuir para um ajuste positivo de preços.Os fundos elevaram suas posições vendidas ao longo do mês e contribuíram para a pressão baixista observada.O gráfico a seguir mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o 1º vencimento.No caso do açúcar negociado no mercado doméstico (Estado de São Paulo) ao longo de julho, os preços acompanharam o comportamento do cenário externo. Diante de cotações internacionais Ronaldo Lima SantanaPREÇOS SEGUEM EM BAIXA www.docerevista.com.br19Junho/Julho 2018 Doce Revista Digitalde açúcar em queda e de intensa valorização do dólar frente ao real, a remuneração do açúcar de exportação, em moeda local, vem caindo e influenciando diretamente nos preços negociados nos balcões domésticos.Estes, por sua vez, vêm apresentando pressão do lado da oferta e reduzida liquidez nos negócios. O gráfico a seguir apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelos índices JOB Economia e Esalq.A JOB Economia há mais de 20 anos no mercado, através de seus relatórios e trabalhos de consultoria, tem como objetivo principal antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas estratégias empresariais de seus clientes e por fim, contribuir para que façam um bom “trading”. Dentre nossos produtos, temos o relatório “Monitoramento Semanal dos Mercados – Açúcar & Etanol”, realizado desde 1995, que busca dar aos clientes informações claras, objetivas e isentas sobre os mercados de açúcar e etanol no Brasil e no exterior. O objetivo final é posicionar os clientes adequadamente em suas estratégias de compra e venda.O grau de acerto das previsões de tendência de preços de curto prazo na safra 2018/19, até o final de julho, oscilou no intervalo de 69% (açúcar/CSul) a 88% (etanol/CSul). Solicite gratuitamente dois exemplares do relatório completo e veja como nosso trabalho pode ajudá-lo na tomada de decisões.Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e Planejamentofoi 28,2 bi litros em 2015/16. No Norte-Nordeste, cuja safra está começando, a produção de etanol deve alcançar 2,0 bi/litros. Ou seja, o Brasil deve produzir um recorde de 31,2 bi/litros de etanol, com destaque para o etanol hidratado.No caso do açúcar, o Centro-Sul irá produzir 27 milhões de toneladas (t), ou seja, 9,1 mi t a menos que na safra passada, fazendo o país encolher como exportador do produto. Essa forte redução na produção deve surpreender o mercado mundial, que prevê um superávit para a nova safra em torno de 7 mi t . À medida em que esta quebra de safra ficar evidente para os mercados externos de açúcar, provavelmente os preços serão afetados positivamente. O Norte-Nordeste deve produzir somente 2,7 mi t de açúcar e o país, 29,7 mi t. Dessa forma, o Brasil perde para a Índia, que deve produzir acima de 33 mi t, a posição de maior produtor mundial de açúcar. Os estoques de passagem de açúcar e etanol serão reduzidos, dando bom suporte para preços na entressafra. ■REVISÃO DE SAFRA – 2018/19A produção de etanol no Brasil será recorde e, por outro lado, o país deixa de ser o maior produtor mundial de açúcar. Estas são conclusões da primeira revisão de safra feita pela JOB Economia em agosto. A produção de etanol no Centro-Sul será rde 29,2 bilhões de litros, sendo 0,8 bi litros de etanol de milho. O máximo produzido até agora Next >