Vendas mais crocantes

Zanão e Colombo, da Abimapi expectativa de crescer 7% em 2016.
Zanão e Colombo, da Abimapi expectativa de crescer 7% em 2016.
Zanão e Colombo, da Abimapi expectativa de crescer 7% em 2016.

Contrariando expectativas pessimistas, o setor de biscoitos, massas, pães e bolos cresceu 5% em faturamento nos quatro primeiros meses de 2016, na comparação com igual período do ano passado. Os dados da Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados) em parceria com a Nielsen não consideram a inflação do período, de 3,25% no acumulado do IPCA deste ano até abril. Pelas estimativas da entidade, o fechamento desse exercício deverá ficar entre 6% e 7% acima do ano passado, descontada a inflação. A alta de faturamento é uma reposição de custos, avalia Cláudio Zanão, presidente da Abimapi. “Só o fato de o volume estar se mantendo já é ótimo, ao se comparar com alguns setores que tiveram quedas maiores”, confronta ele, indicando que o boletim Focus, do Banco Central, projeta a inflação para todo o ano de 2016 em 7,39%.

Em volume, o crescimento estimado é de até 2%. No período pesquisado, complementa o dirigente, houve queda de 2% em toneladas produzidas, mesmo com a elevação do faturamento. “Também houve um reajuste nos preços para reposição de custos de energia e para compensar a variação do dólar que influi no preço do trigo”, completa Zanão. A maioria das empresas do setor, no entanto, ainda não se sente segura para fazer investimentos este ano. “Os aportes despejados em 2016 foram planejados já sob a recessão de 2015”, justifica ele.

A fluminense Piraquê, por exemplo, sente as dificuldades econômicas que o Estado do Rio de Janeiro enfrenta, pois esse mercado representa cerca de 60% de suas vendas, repassa Alexandre Colombo, diretor da empresa e presidente do segmento de biscoitos da Abimapi. Mais baratos e considerados de primeira necessidade, os biscoitos tipo cream cracker (sem recheio) cresceram 5% de janeiro a maio em vendas. Os recheados, que custam mais, caíram 4%, posiciona ele. “Também notamos a mudança de hábito do consumidor, optando por produtos mais baratos, enquanto nossas linhas têm um preço maior”, argumenta Colombo, estimando investimento de até R$ 20 milhões neste ano, sobretudo na manutenção das fábricas.

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