O meio ambiente agradece

Cláudio Zanão

O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, tem como objetivo alertar para a importância da preservação dos recursos naturais e da busca do desenvolvimento sustentável. Na Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados) estamos atentos a esse tema. Desde 2013, por exemplo, participamos do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem) em cumprimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Com outras 21 entidades, temos o objetivo de fechar o Acordo Setorial de Embalagens, cujo texto se encontra em consulta pública, junto ao Ministério do Meio Ambiente. Dessa forma, já mantemos parceria com a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), coordenadora do Programa de Responsabilidade Pós-Consumo de Embalagens “Dê a Mão Para o Futuro”, também apoiado pela Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins) e Unilever Alimentos.
O engajamento de associações na busca por soluções para dar destinação correta a embalagens pós-consumo e esforços para aumentar os índices de recuperação desses materiais existe desde antes da promulgação da PNRS, em 2010. O projeto já foi apresentado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) com o objetivo de atender às exigências da nova regulamentação. A PNRS estabelece princípios de responsabilidade compartilhada entre todos os elos da cadeia, incluindo indústria, comércio, governo e consumidores, e ainda promove a inclusão social. Aproximadamente 50% do descarte no Brasil correspondem a lixo orgânico, estima o MMA, enquanto 35% são resíduos secos. Os 15% restantes englobam outros materiais, tais como rejeitos que não podem ser reaproveitados, seja por dificuldades técnicas ou por questões econômicas de cada região. Do lixo seco, aproximadamente 70% são embalagens.
Os municípios de Blumenau, Florianópolis, Joinville e São Bento do Sul, em Santa Catarina, foram os primeiros a receberem o projeto-piloto em parceria com a Fundação Banco do Brasil e, de cara, a iniciativa foi um sucesso. A partir daí, o “Dê a Mão para o Futuro” não parou mais e foi implantado no Rio de Janeiro e Paraná e, em 2015, começa a ser colocado em prática em São Paulo.
Outra base do programa é fazer com que o resíduo sólido reutilizável seja visto como um bem econômico e de valor social. O modelo de coleta existente no Brasil surgiu devido a condições socioeconômicas desfavoráveis para grande fatia da população. Ao longo do tempo, catadores se uniram formando associações e cooperativas e, embora os padrões tenham avançado muito, esses trabalhadores ainda operam de modo informal, estrutura que Abimapi, Abihpec, Abipla e empresas associadas ao projeto lutam para aprimorar.
O programa é atualmente responsável pela retirada do meio ambiente de cerca de 30% do resíduo sólido produzido no Brasil. Somente no Estado de São Paulo, nos últimos 18 meses, 1.402 catadores pertencentes a 36 cooperativas recolheram 38.636 toneladas de resíduos.
Estamos engajados em colaborar com a melhoria do panorama nacional em relação à correta destinação de resíduos sólidos urbanos. A participação dos fabricantes de biscoitos, massas, pães e bolos industrializados associados à Abimapi no projeto colabora diretamente com a redução do volume de materiais recicláveis destinados aos aterros e também apoia os programas de geração de emprego e renda, que promovem a inclusão social, a melhoria das condições de trabalho e qualidade de vida dos catadores de materiais recicláveis.
Os relatórios com resultados que recebemos periodicamente são animadores e demonstram que optamos pela alternativa certa para cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Os associados da Abimapi participantes do projeto ficam dessa forma resguardados de notificações que possam vir a ser enviadas.
Por fim, convido a todos a observar os impactos de nossos hábitos e atitudes no meio ambiente e a avaliar pequenas mudanças que possam ser adotadas nas nossas rotinas para ajudar a preservação do planeta e a sobrevivência das futuras gerações. •

Cláudio Zanão é presidente da Abimapi
(Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados).

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