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A deterioração do cenário econômico e político no país impeliu a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) a reduzir suas projeções para o desempenho do setor de alimentos em 2016. Assim a entidade projeta para o exercício em curso crescimento real em vendas de 1,1% a 1,5%, no máximo. O prognóstico não contraria as conclusões do balanço no setor de confectionery, foco da reportagem especial da presente edição. Segundo a entidade, esses números já descontam a inflação prevista para o período. A exemplo das correções para baixo do PIB brasileiro, a projeção feita anteriormente pela Abia era de um crescimento para 2016 entre 1,5% a 1,8%. A correção de rota tem embasamento no resultado de 2015 que, conforme a entidade, deve fechar com crescimento real estimado na receita da indústria entre 0,3% e 0,9%, descontando a inflação esperada para o ano de 10,48%. Como o índice oficial ficou em 10,67%, a estimativa se mantém dentro da faixa de tolerância estatística para mais e/ou para menos. A previsão divulgada anteriormente era de um incremento entre 1,2% e 1,5%. Números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), referentes apenas ao primeiro semestre de 2015, dimensionam a queda na produção no período em 2,5% na ala de candies e 6% no reduto de chocolate. Apesar da expectativa de alguma retomada no fim do ano por conta das festas de Natal e ano novo, a perspectiva era de manutenção do declínio. De acordo com a Abia, no acumulado de 12 meses até outubro, a indústria de alimentação apresentou um recuo de 0,83% em vendas reais. Como o último bimestre do ano tende a ser melhor para as indústrias de alimentação, devido às comemorações de fim de ano, a perspectiva é de uma pequena recuperação nesse período. A entidade acrescenta ainda que o desempenho é fraco, mas ainda fica acima da variação do Produto Interno Bruto (PIB), que cai 3,5% neste ano e 2,3% no próximo ano, de acordo com o último Boletim Focus do Banco Central. Em relação à produção, a entidade estima um incremento de 1% a 1,4% no setor em 2016. A projeção anterior era de um crescimento entre 1,2% e 1,5%. Em 2015, estima a Abia, o setor encerra o ano com um crescimento na produção física entre 0,2% e 0,8%. A previsão anterior era de que a produção poderia crescer entre 0,5% e 1,1% no exercício. No acumulado de 12 meses até outubro, o setor apresentou queda de 0,8% na produção de alimentos. Na avaliação da entidade, a indústria da alimentação tem resistido melhor à crise econômica do que outros setores por estar inserida na cesta de itens de primeira necessidade. Em relação às exportações, a Abia elevou a projeção para este ano, levando em consideração o câmbio mais favorável e a possível abertura de novos mercados e ampliação de acordos comerciais com outros países. A entidade projeta para 2016 exportações da ordem de US$ 42 bilhões. Se concretizados os embarques representarão um aumento de 16,7 % em relação aos números do último ano. A previsão anterior era de vendas menores, entre US$ 38 bilhões e US$ 41 bilhões. Segundo a Abicab, os dados de janeiro a junho de 2015 – comparados com o mesmo período de 2014 – apontam uma queda de 9,5% nas exportações e de 14,7% nas importações, atribuídas à desaceleração geral do consumo no Brasil. •

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