Lição bem feita

Lapadoces sobressai na cena doceira da zona oeste paulistana com cursos de culinária

Há cerca de 20 anos a demanda de doces já era bem guarnecida no bairro paulistano da Lapa. A fama comercial do distrito, por sinal, já vinha de décadas anteriores. Essa condição contribuiu para a região ostentar hoje um dos mais altos IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) da cidade – na escala de 0 a 1, atinge 0,941. Em 1997, o comerciante Antônio Claus Morato abriu as portas da Lapadoces. Na época, o estabelecimento de cerca de 300 metros quadrados sobressaía apenas pela localização, na rua Tenente Landy, na Lapa de Baixo, próxima à estação de trem. “Começamos a operar com a estrutura que herdamos do comércio ali estabelecido,” rememora o atacadista. À época, os depósitos e distribuidoras espalhados pelo bairro iniciavam a transição de atacado de balcão para o sistema cash and carry (autosserviço). Dando um passo a mais, a Lapadoces agregou um centro de culinária e iniciou uma programação de afamados cursos de chocolateria e doçaria.

Através das aulas de confeitaria doce e salgada, a Lapadoces construiu um elo de fidelidade no fornecimento de ingredientes e apetrechos culinários com uma clientela crescente, levando o estabelecimento a uma expansão vertiginosa. O sortimento disponibilizado, especialmente de chocolate em barra (coberturas, compounds) para fabricação de confeitos, pasta americana e itens decorativos, além dos apetrechos para confeitar (espátulas, cortadores, medidores) e objetos culinários (marcador de pasta americana, bisnagas plásticas, bicos e pincéis) transformou a distribuidora em um polo doceiro na região. Essa atividade é, até hoje, uma das principais fontes de receita da operação e tem recebido investimentos permanentes em infraestrutura e atualização”, atesta Eduardo Mancioppi, gerente de marketing da Lapadoces.

“Hoje temos uma grade de programação ampla e um perfil de público que cobre faixas de 15 a 70 anos, formado em 60% por mulheres e 40% por homens”, detalha ele. Desde o início, lembra o gerente, o interesse pelos cursos foi intenso e, hoje em dia, a Lapadoces recepciona cerca de 700 alunos por mês. As aulas mais procuradas são as de confeitaria (chocolate e panificados), doces e sobremesas em geral, salgados e decoração. Mancioppi destaca que o diferencial está na apresentação de receitas e inovações que alimentam a perspectiva de reverter o conhecimento adquirido em um negócio lucrativo. “A experiência vivenciada pelos clientes é tão marcante que, frequentemente, recebemos propostas para ceder o espaço do centro culinário para a realização de festas no local”, sublinha o gerente da Lapadoces.

Giro pesado
Depois de passar por diversas ampliações, a atacadista alcançou os atuais cerca de mil metros quadrados de área de venda e outros mil metros para estocagem. Com um mix de aproximadamente 29 mil itens, o atacado tem 90% do seu arsenal abastecido diretamente pela indústria, sendo os 10% restantes negociados com distribuidores. “O giro aproximado alcança em torno de 30 toneladas mensais, com um tíquete médio de R$ 150,00 por cliente”, estima Tadeu Simioni Flessak, gerente comercial da Lapadoces. Pelos seus cálculos, o atacado atende cerca de 12 mil clientes por mês e, sem contar com o público dos cursos culinários, o perfil de compradores inclui pequenos varejistas, donos de cantinas, restaurantes e padarias. Segundo o gerente comercial, além da Lapa e região, inclusas as vilas Romana e Leopoldina, Água Branca e Jaguaré, a cobertura da loja alcança bairros vizinhos da zona norte, como Limão e Casa Verde, e oeste da cidade, a exemplo da Barra Funda e Perdizes.

Por conta da demanda gerada pelos cursos de chocolateria, as coberturas e chocolates em barra da Harald e Nestlé são campeões da preferência na Lapadoces, posiciona Mancioppi. Já no reduto de doces tradicionais, um dos segmentos de grande giro no estabelecimento, sobressai a parceria do atacado com a marca Clamel. “Também mantemos parcerias fortes com a Alispec, Arcor, Regina, no segmento de festa, e com a Harald, que asseguram promoções permanentes e bonificações, conferindo maior competitividade às nossas negociações”, sublinha Flessak. Mancioppi destaca que, além das alas de confeitos doces e salgados, a loja complementa sua oferta com corredores dedicados a artigos para festa, montagem de cestas e embalagens descartáveis. •

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