JUN/JUL 2018 | Nº12DIGITALDÚVIDA CRUEL CAUTELA NO CONSUMO IMPULSIONA REFORMULAÇÕES NAS LINHAS DE SALGADINHOSSnacksVITRINE Peccin moderniza operação de chocolate e candies INSUMOS Duas Rodas implanta Centro de Tecnologia e Inovaçãowww.docerevista.com.br3Junho/Julho 2018 Doce Revista DigitalCarta do editorA cidade de Ilhéus, no Sul da Bahia, abrigou em julho a 10.ª edição do Chocolat Bahia – Festival Internacional do Chocolate e Cacau, inserida em pauta da presente edição. Além da exposição de produtos artesanais, o evento marcou a inauguração de uma rota turística, que passa por propriedades de cultivo do cacau. Um totem em forma de barra de chocolate fincado na BA-262 marca o começo da Estrada do Chocolate, rodovia estreita que liga Ilhéus ao município de Uruçuca. O lançamento aconteceu em 18 de julho, dia da abertura do festival, realizado todos os anos em Ilhéus. Numa primeira fase, 20 propriedades, na estrada principal e em vicinais, abrirão suas porteiras a visitantes. A ideia é que o circuito cresça e englobe até 50 fazendas. O Sebrae presta consultoria aos proprietários e se encarregou da capacitação do pessoal. O governo do estado investiu até agora R$ 400 mil, sendo esses recursos aplicados na sinalização da estrada e na criação de um site e um aplicativo. O objetivo é também conquistar parceiros na iniciativa privada para melhorar o acesso a fazendas mais afastadas, onde o asfalto não chega. O turismo pode ser uma alternativa para salvar a economia da cidade, que desmoronou na década de 1990, depois de as lavouras de cacau, insumo-chave para fabricação de chocolate, terem sido dizimadas pela praga conhecida como vassoura-de-bruxa. Desde então, alguns produtores recuperaram as plantações e estão obtendo resultados no chamado mercado de cacau fino, destinado à fabricação de chocolates premium. Mas o crescimento é lento. Casarões centenários impregnados de história, muitos dos quais já serviram de cenário para filme e novela, agora podem ser vistos por dentro. Em alguns, o visitante pode provar pratos da roça, típicos da região —diferentes da culinária baiana dominante no litoral. As visitas também incluem experiências no campo, sendo possível acompanhar a colheita — feita há mais de um século manualmente — e, no meio da floresta, beber o mel do cacau, caldo doce que escorre da polpa da fruta. Depois de subir nas típicas barcaças – onde as amêndoas são secas ao sol –, sob telhados que deslizam sobre trilhos, é possível ainda acompanhar as etapas da produção do chocolate e participar de degustações. O sistema, conhecido como cabruca, garante a umidade e o sombreamento necessários ao cacaueiro e contribui para a preservação da Mata Atlântica. Entre as fazendas desse roteiro abertas à visitação podem ser conferidas as propriedades Provisão, Riachuelo, Capela Velha, Yrerê e as instalações do pioneiro Chocolate Caseiro de Ilhéus. A região, no entanto, abriga cerca de 50 produtores de chocolate num universo de 30 mil produtores de cacau. ■A LENTA RECUPERAÇÃODoce Revista Digital Junho/Julho 20184Doce Revista é uma publicação da Editora Definição Ltda. (CNPJ 60.893.617/0001-05) dirigida ao setor doceiro e às suas redes de atacadistas, distribuidores, varejistas e supermercadistas.Redação, administração e publicidade: Rua Sergipe, 305 - casa 5 - São Paulo - SP - 01243-001Fone/Fax: (011) 3666-8301e-mail: definicao@definicao.com.brsite: www.docerevista.com.brSumárioR E D A Ç Ã OANO 03 - Nº 12 - JUN/JUL 2018DiretoresBEATRIZ DE MELLO HELMAN E HÉLIO HELMANEditor FÁBIO FUJIIeditor@docerevista.com.brDiretor de Arte SAMUEL FELIX producao@docerevista.com.brADMINISTRAÇÃO/COMERCIALDiretora BEATRIZ HELMANbeatriz.helman@definicao.com.brInternational SalesMULTIMEDIA, INC. (USA)Fone: +1-407-903-5000 - Fax: +1-407-363-9809U.S. Toll Free: 1-800-985-8588e-mail: info@multimediausa.comAssinatura KELI OYANEDITORADEFINIÇÃOFotografia SHUTTERSTOCKFoto da Capa SHUTTERSTOCKDesign da Capa SAMUEL FELIXREPRODUÇÃO PERMITIDA DESDE QUE CITADA A FONTEDIGITALwww.docerevista.com.br/docerevista/doce_revista/doce-revista06 FAST NEWS Confira em primeira mão o que rola no mercado de candies10 VITRINE / PECCIN Fabricante de balas e confeitos de Erechim (RS) investe R$ 30 milhões no aprimoramento de infraestrutura para produção e distribuição de chocolates12 ESPECIAL / SNACKS Com a onda de saudabilidade pressionando por reduções de ingredientes como sal, gordura e açúcar, a indústria busca por inovações enquanto as vendas crescem apenas em valor, em um cenário de baixo consumo 18 CONSULTORES A análise de especialista do mercado de açúcar20 INSUMOSDuas Rodas inaugura Centro de Tecnologia e Inovação na unidade da Mix, subsidiária paulista dedicada à ingredientes para confeitariaDoce Revista Digital Junho/Julho 20186www.docerevista.com.brSemáforo ou triângulo preto?Indústrias de alimentos preveem perdas com novo sistema de rotulagemAs propostas para a rotulagem de alimentos em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já despertam polêmica. Segundo um estudo encomendado por fabricantes do setor, a implementação dos modelos cogitados no âmbito da agência podem gerar um impacto negativo na economia de R$ 30 bilhões a R$ 98,8 bilhões por Avanços no Cone Sul Setor de biscoitos e massas estima fechar US$ 1 milhão em negócios com a Colômbia e o Chile Em mais uma ação para fomentar a exportação de biscoitos, massas e panificados no mercado internacional, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) promove de 26 de agosto a 1.º de setembro uma missão empresarial na Colômbia e no Chile. ano. O levantamento foi feito pela GO Associados e encomendado por 22 entidades da área de alimentos e bebidas, encabeçada pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).A Anvisa avalia atualmente duas propostas. Desenvolvida por um grupo que reúne o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Universidade Federal do Paraná e outras 19 entidades, uma delas propõe a adoção, na parte frontal da embalagem, de triângulos pretos, advertindo o consumidor sobre o excesso de ingredientes que podem fazer mal à saúde, como açúcar, sódio e gorduras. As indústrias, de outro lado, propõem a inclusão, na parte frontal das embalagens, de um “semáforo” destacando informações sobre o volume de açúcar, gorduras saturadas e sódio. A quantidade pode ser classificada como “alta” (em vermelho), “média” (amarelo) ou “baixa” (verde).De acordo com o estudo da GO Associados, o modelo de rotulagem por semáforo pode gerar um impacto negativo na economia entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões. Já o modelo de advertência, sugerido pelo Idec, causaria a perda de quase R$ 100 bilhões.Representantes de sete empresas brasileiras do setor irão se reunir com compradores dos dois países, com a expectativa de gerar US$ 1 milhão em negócios. Integrantes do projeto Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes as empresas Granó, Cory, Itamaraty, Marilan, NHD Foods, Nissin, Legurmé e Sakura participam da iniciativa realizada em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e apoio do escritório da agência, em Bogotá (Colômbia), bem como das embaixadas do Brasil em Bogotá e Santiago (Chile). “A ideia é ampliar os negócios já estabelecidos nesses países e identificar oportunidades inexploradas para inserir mais produtos nesses mercados”, frisa Rodrigo Iglesias, diretor internacional da Abimapi. Segundo ele, no ano passado, a América do Sul representou 60% das exportações brasileiras do setor, movimentando US$ 109 milhões e 80 mil toneladas. O Chile foi o sétimo destino das vendas do Brasil e a Colômbia, o 15º, repassa o dirigente.FAST NEWS www.docerevista.com.br7Junho/Julho 2018 Doce Revista Digitalde chocolate de origem. “Os pequenos produtores locais decidiram apostar na produção de amêndoas de cacau de qualidade e no chocolate de origem, com alto valor agregado, e o festival é uma espécie de vitrine, que está dando um novo impulso à economia regional”, afirma Marco Lessa, idealizador do projeto e organizador do evento. Com uma produção de 800 quilos por mês, a Bahia Cacau, da Cooperativa da Agricultura Familiar da Bacia do Rio Salgado, comercializa chocolates premium na Bahia e em outros estados brasileiros, além de nibs – pedaços de amêndoas de cacau torrados e triturados – e trufas, exemplifica Lessa, completando integram esse projeto cerca de 200 cooperados, que cultivam amêndoas selecionadas.Além dos expositores, o público que foi ao Centro de Convenções de Ilhéus pôde conferir cursos de capacitação, debates sobre temas do setor, rodadas de negócios e palestras ministradas por especialistas internacionais, entre eles, Alessandra Marino (sócia-fundadora do Restaurante Maróstica), Abner Ivan (premiado chef confeiteiro especialista em chocolateria) e Lucas Corazza (jurado no programa Que Seja Doce, do canal GNT, especialista em chocolate e formado na França). Crescimento de 1%Leve alta no faturamento de junho volta a animar o setor atacadistaA pesquisa mensal da Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), mostra, em termos nominais, crescimento de 8,82% em junho na comparação com maio de 2018 e variação positiva de 3,44% em relação a junho de 2017. No acumulado de janeiro a junho, no entanto, houve queda de 3,24% em relação ao mesmo período de 2017.DESTRO, DA ABAD EXPECTATIVA DE FECHAR O ANO COM ÍNDICE POSITIVO.Festival arretadoChocolat Bahia atrai 65 mil visitantes e movimenta R$ 15 milhões em negóciosResponsável por cerca de 80% da produção de cacau no Sul da Bahia, a agricultura familiar foi um dos destaques do Chocolat Bahia 2018 – Festival Internacional do Chocolate e Cacau, promovido de 18 a 22 de julho em Ilhéus (BA). Em sua 10ª edição, o evento atraiu um total de 65 mil visitantes, 10% a mais que em 2017, e movimentou R$ 15 milhões em negócios, resultado 50% superior ao da feira anterior. A receita inclui vendas diretas de 120 expositores, detentores de 42 marcas regionais FESTIVAL DO CHOCOLATE E CACAU DE ILHÉUS ÊNFASE AOS CACAUICULTORES E CHOCOLATEIROS DO SUL DA BAHIA.LESSA NOVO IMPULSO À ECONOMIA REGIONAL.O desempenho do primeiro semestre foi bastante prejudicado pelo ritmo da retomada econômica, que não se consolidou, principalmente por conta do desemprego, que é o grande gargalo da economia, avalia Emerson Luiz Destro, presidente da Abad. “Ainda há uma grande desconfiança dos consumidores, acentuada pelas incertezas em relação ao cenário político”, frisa ele.A expectativa do setor é de que o desempenho de junho – o melhor de 2018 –, se sustente e dite o ritmo do segundo semestre. Tradicionalmente, esse período do ano sempre é melhor para o atacado. “Temos confiança de que, apesar de ser um exercício atípico, o comportamento do consumidor se mantenha e até se anime com um desfecho positivo no campo político e, por conta disso, esperamos crescer pelo menos 1% ainda em 2018”, acalenta o dirigente.8no Reino Unido no ano 2000 como diretor de liderança de categoria para a Mars Chocolate e, desde então, tem desenvolvido sua experiência de liderança e responsabilidade por meio de uma ampla gama de funções gerenciais gerais passando pelos segmentos de chocolate, cuidados de animais domésticos e alimentício. Além de liderar as operações no Reino Unido e Irlanda, foi presidente regional da Petcare na América Latina de 2011 a 2014.Clarke substitui Martin Radvan, que está se aposentando após uma carreira de 32 anos na Mars, tendo passado por diversas funções, segmentos de negócios e países. Direto do MéxicoCarlos de la Torre assume a presidência da Mondelez no BrasilO comando da Mondelez Brasil está mudando mais uma vez. O mexicano Carlos de la Torre assumiu a gerência geral da companhia, detentora das marcas Lacta, Trident , Halls e Tang, em substituição a Augusto Lemos que, por sua vez, deixou o posto assumido há dois anos, no lugar de Cyro Gazola. Anteriormente, de la Torre foi líder das operações da companhia no México, posição que vinha ocupando desde 2014. Nos quadros da Mondelez desde 2011, de la Torre também foi responsável pela filial na Venezuela. Com passagens pela Mars e Heinz, o executivo residiu no Brasil, entre 2004 e 2009, quando atuou como diretor de marketing da Dairy Partners of America, uma joint venture entre Nestlé e Fonterra. “Somos uma das maiores empresas de alimentos do mercado brasileiro, com marcas sólidas e presentes há décadas nas vidas dos consumidores. Tradição e inovação fazem parte de nosso DNA e, por isso, é um orgulho trabalhar com um time incrível e talentoso como o do Brasil”, sublinhou o executivo. TROCAS DA GUARDACARLOS DE LA TORRE TRADIÇÃO E INOVAÇÃO FAZEM PARTE DO DNA.Mudança globalMars Wrigley Confectionery nomeia novo presidente A Mars, Incorporated nomeou Andrew Clarke, atual diretor do departamento de marketing e cliente, ao cargo de presidente global da Mars Wrigley Confectionery. O executivo assumirá a nova função em setembro, na sede global da companhia em Chicago, Illinois (EUA). Desde 2015, ele tem atuado como diretor do departamento de marketing e cliente. Nesse cargo, conduziu os recursos de marketing e vendas da Mars, incluindo o desenvolvimento de uma estratégia integrada que alavanca as marcas da companhia gerando, ao mesmo tempo, relações sólidas com clientes globais. Clarke se uniu a Mars ANDREW CLARKE DO DEPARTAMENTO DE MARKETING E CLIENTE PARA A PRESIDÊNCIA GLOBAL.Estaca zeroNestlé e Cade voltam à mesa de negociaçãoO prazo para que a Nestlé atendesse exigências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e desse um fim às pendências jurídicas envolvendo a compra da Garoto, realizada em 2002, venceu no fim de maio, sem uma solução satisfatória para ambas as partes. A companhia suíça negocia agora um novo acordo junto à autoridade antitruste. O Cade leva para a mesa três possibilidades: realizar um leilão dos ativos (mantidos sob sigilo) a serem vendidos; fazer a venda a partir de um preço fixado pelo conselho ou mudar o pacote de ativos. No momento, não há uma tendência dominante. E também não é cogitada a possibilidade de por um fim no acordo.O negócio foi reprovado pela autarquia em 2004 – na época, o Cade se posicionava após a conclusão das operações, postura que mudou a partir de 2011 – e desde então há uma disputa jurídica entre as partes. Em 2016, Nestlé e Cade chegaram a um acordo que envolvia a negociação de algumas marcas da empresa. A companhia, no entanto, não conseguiu fazer a venda. O prazo para que essa operação fosse realizada era outubro do ano passado, depois ampliado para o fim de maio.FAST NEWS Next >