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Brasileiro não arrisca comprar alimentos online, mas busca uma alimentação mais saudável

Os brasileiros em geral ainda não cultivam o hábito de comprar alimentos online. A constatação inclui guloseimas como chocolates, candies, biscoitos e snacks, com exceção de opções e promoções enquadradas em apresentações exclusivas para presente e/ou temáticas. Conforme o relatório Varejo de Alimentação e Bebidas – Brasil, Abril 2014, da Mintel, nos últimos seis meses anteriores a janeiro de 2014, apenas 8% dos brasileiros compraram alimentos e bebidas em supermercados utilizando canais online.
Apesar dessa demanda incipiente, os brasileiros manifestam preocupação com os hábitos alimentares e têm intensificado a busca por informações e alternativas que vão ao encontro de maior impacto na saúde em geral e bem-estar, principalmente das famílias. Segundo o relatório Mudanças nos Hábitos Alimentares – Brasil, Maio 2013, 41% dos brasileiros declaram preferir alimentos preparados frescos ou feitos na hora. Já o relatório Alimentação Saudável – Tendências, Brasil – novembro 2014, aponta que 53% dos brasileiros declaram comer frutas uma vez por dia ou mais, e 58%, verduras e legumes, com a mesma frequência. Os dados indicam que os brasileiros já cultivam o costume de consumir alimentos saudáveis, mas na condição in natura. Esse mesmo relatório mostra que 30% dos consumidores desse segmento declaram que gostariam de ter mais opções de produtos saudáveis nas gôndolas dos supermercados, indicando que existe uma demanda não atendida por maior variedade de produtos industrializados mais saudáveis. Embora se estenda a uma diversidade crescente de alimentos e bebidas, o menu existente é mais percebido em setores já delimitados dentro da área de venda das lojas, a exemplo de linhas dietéticas, orgânicas e especiais (sem glúten, baixa lactose, maior teor de cacau).
Recém-saído do forno, o relatório Estilos de Vida dos Brasileiros – Abril 2015, confirma a previsão para o mercado de alimentação dentro de casa, que deve atinjir o patamar de R$ 388,5 bilhões em 2019, crescendo R$ 110 bilhões em apenas cinco anos. Além da alta da inflação dos preços de alimentos – influenciada pela estiagem, aumento no preço da energia elétrica e aumento de preço dos combustíveis, entre outros fatores –, a demanda por alimentos mais saudáveis também favorece o crescimento do mercado de alimentos em valor, considerando que esses alimentos tendem a um preço final mais elevado. O relatório Alimentação Saudável – Tendências, Brasil – Novembro 2014, aponta que 30% dos consumidores de produtos saudáveis declaram que esses itens em geral costumam ser mais caros do que os produtos normais. Já 26% deles declaram que comeriam mais grãos integrais se tivessem um preço melhor. Isso mostra que alguns brasileiros já têm percepção de que esse segmento possui valor mais alto. Muitas vezes, produtos industrializados com claims de saudabilidade são vendidos a um preço superior a sua versão normal.
O relatório Estilos de Vida dos Brasileiros também indica, na seção Alimentação Fora de Casa, que somente o setor de alimentação e bebidas foi responsável por quase 31% da inflação em 2014, representando o grupo que mais pesou na despesa das famílias brasileiras nesse ano.
Com o aumento da inflação, o mercado de alimentação dentro de casa cresceu 7,2% em 2014 em relação ao ano anterior atingindo o valor estimado de R$ 278 bilhões. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta o avanço da inflação para os feijões carioca, mulatinho e fradinho no último mês de 2014, e feijão é a categoria de alimento com maior consumo per capita no Brasil, segundo o instituto. Das carnes, a mais consumida é a bovina, (com 63,2 g/dia), e que foi o item individual que mais impactou no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2014, subindo 22,21%.•

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