A beleza exterior

Com volume bruto de produção na casa de R$ 55,1 bilhões, o setor nacional de embalagens apresentou em 2014 recuo de 1,47% na produção física em relação ao mesmo período de 2013, capta a Abre (Associação Brasileira de Embalagem). Segundo o Estudo Macroeconômico da Embalagem Abre/FGV “Desempenho da Indústria de Embalagens: Retrospectiva 2014 e Perspectivas 2015”, realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o exercício de 2015 deve requerer particular atenção. Afinal, além de a confiança do consumidor diminuir, a política econômica mais restritiva e o ajuste fiscal jogam combustível na desaceleração da economia. Segundo previsão das duas entidades, o ambiente internacional ainda está longe da normalidade e uma possível retomada da indústria de embalagem não deve ganhar força antes de 2016.
Com fatia generosa da área alimentícia, o ramo de embalagens flexíveis aposta no avanço tecnológico para atender às novas demandas, especialmente oriundas da ascensão das classes C e D, que promoveram um salto na economia na última década. Esse incremento no consumo consolidou, por exemplo, o uso de materiais como o polipropileno biorientado (BOPP), insumo-chave em apresentações de chocolates, biscoitos, confeitos, refrescos em pó e snacks. Entre o consumidor e os fabricantes de guloseimas, as empresas convertedoras se viram pressionadas a encontrar soluções para quesitos como vida de prateleira (shelf life) adequada e alinhamento com conceitos sustentáveis. Em paralelo, a tendência de agregar valor às linhas de confeitos, como forma de superar a imagem de produto commodity, acionou um leque de desenvolvimentos, incluindo às apresentações reais tipos de estruturas de diversos materiais, com destaque para as “garrafas” de gomas de mascar – na realidade, frascos soprados com tampa, hoje disseminados entre as marcas líderes da categoria. Também encorpam essa frente berços termoformados rígidos, para chocolates e bombons, e laminados especiais em formato de carteira com aba abre e fecha para gomas de mascar premium.
Com propriedades de barreira contra gases, oxigênio e umidade, além de rigidez e resistência mecânica, BOPP permanece o rei das gôndolas. Substituto do celofane, o filme biorientado tem utilização em várias aplicações, sendo convertido em embalagens para impressão de arte pré-definida e laminação com outros substratos.
Outra aposta que vem se consolidando na ala de flexíveis é o poliéster biorientado (Bopet), filme que sobressai pela alta resistência termomecânica e eficiente barreira. Além de requisitado em embalagens do tipo stand-up pouch, é aplicado como base de laminação com outros polímeros para embalar itens em pó, granulados e snacks e biscoitos finos, por exemplo. No setor de candies, BOPP já tem aplicação disseminada em pirulitos do tipo plano (flat) e alguns chocolates, enquanto Bopet é mais eficiente pela barreira de ar na parte exterior e interior das embalagens.
Avanços tecnológicos permitiram que o processo de fechamento das embalagens ganhasse em qualidade final, tanto em segurança quanto na facilidade de abertura, a exemplo dos fitilhos e feixas pontilhadas que, ao serem puxados, abrem os produtos. •

Deixe um comentário